Africanos duas vezes. Primeiro, cerca de 1.800.000 de anos, o Homo erectus, tetravô dos nossos bisavôs, saiu de África e espalhou-se por grande parte do planeta, até onde os glaciares deixavam.
À medida que progredíamos para norte a nossa pele foi perdendo as cores castanho e preto e foi ficando castanho claro e branco. Enfrentávamos a natureza com pedras lascadas e polidas, pedras mal-amanhadas. Por natureza éramos generalistas mas acabámos por nos tornarmos especializados em sobreviver, uma luta titânica que mal conseguimos imaginar.
Oportunistas, astutos, agressivos e inteligentes, milhares de anos de mutações e de selecção natural, dotaram-no com um cérebro grande, que já não pode crescer mais.
O bipedismo, o domínio do fogo, a linguagem e socialização foram forjando o que somos hoje. Predador e presa durante milhões de anos, só a agricultura – invenção das mulheres? – e a sedentarização mudaram radicalmente hábitos e comportamentos, mas isso foi ontem, ou seja menos de 1% da nossa caminhada.
O caçador e recolector ainda deve estar no nosso cérebro.
Milhares de anos depois, cerca de 125.000 anos, é a vez do Homo sapiens, o Homem moderno, voltarmos a sair de África, e desta vez para colonizar todos os continentes e muitas ilhas.
Segundo cálculos modernos existiriam apenas cerca de… 10.000 Homens modernos divididos em pequenos grupos de 20 a 30, no máximo, pessoas.
A nossa vida há 100.000 anos já não era só perigos e agruras, já tínhamos lazer, tempo para a família, para cantar e dançar e finalmente para produzir arte, filha da ociosidade.
O triangulo clima-alimentos-população domina toda a nossa evolução. Quando os dois primeiros mudam, a população pode aumentar, diminuir ou, até, perecer.
Hoje, com mais de 6 mil milhões de habitantes, durante quantos anos irá haver jantar para todos.
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