Ando deprimido. Tenho pensamentos estranhos, pesadelos, angustias, custa-me respirar. Fui consultar um psicólogo que achou o meu caso estranho e mandou-me para um psiquiatra.
Nada feito, disse-me este, não há antidepressivos para o seu caso. Sofre de «depressão nacional», uma doença que se transformou rapidamente em epidemia e que pode até virar pandemia. Alastra rapidamente em Portugal e Espanha, também nos EUA e noutros países ocidentais.
Os grupos de risco, os mais vulneráveis, são os desempregados, os reformados e pensionistas, as pessoas que ganham o salário mínimo e até menos.
Segundo este psiquiatra, a doença pode até agravar-se, no próximo ano, e passar a esquizofrenia, com manifestações colectivas exacerbadas ou até violentas, ataques colectivos de xenofobia, racismo, etc.
Saí da consulta pior do que entrei e é assim que tenho passado os últimos dias. Entretanto verifiquei que os meus sintomas se agravam quando oiço os discursos de políticos: desligo a televisão, fico mais aliviado mas pouco mais posso fazer.
É mais ou menos assim que está a viver a maior parte dos portugueses: deprimidos e metidos num buraco negro sem saída.
P. S.
Um conhecido banqueiro afirma que quando as taxas de juros subirem, Portugal vai sofrer muito e recomenda a emigração.
A receita é velha de séculos e não consta que tenha resultado alguma vez.
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