Para que a angustia do nada não nos conduza ao desespero, inventamos fugas: o culto dos mortos, a vida álem tumulo, a eternidade da alma, mundos espirituais paralelos, etc.: tudo provocado pelo medo do vazio, do nada, e para complicar tudo isto ainda aspiramos à perfeição, outra fantasia da nossa imaginação.
A efemeridade e a fragilidade da nossa condição gera o oposto, múltiplas formas de aspirar à eternidade, uma confusão de mitos.
Somos apenas o resultado de um encontro fortuito de átomos, que com a morte regressam à poeira sideral das estrelas para outras combinações entre si. Nem tudo está perdido, mesmo efémeros acrescentamos, temporariamente, ao universo elementos que não existiam antes de nós. Fazemos construções colectivas, as sociedades e suas civilizações, que podem durar alguns milhares de anos antes de sucumbirem e desaparecerem para sempre, é o que fica da nossa passagem colectiva pela Terra.
Remetidos para um beco sem saída, podemos criar um sentido para a vida sem sentido: deixar aos que nos sucedem algo mais do que recebemos, daqueles que nos precederam.
Poderá ser altruísmo mas melhorar a condição efemera da Humanidade, dar mais do que recebemos é igualmente a essência da solidariedade e do amor.
Sou um D. Quixote errante mas foi este o sentido das minhas lutas contra os moinhos de vento que me derrotaram: foi pouco mas foi o meu contributo possível.
Quanto pensamos na nossa eternidade – para a frente não para trás, meia eternidade – não pensamos em qualquer noção de tempo: mil anos, um milhão de anos o que são?
A eternidade tem vida muito curta no planeta Terra: somos uma conjugação de átomos que se desligam em tempo breve e partem para o espaço sideral A partir de hoje, o nosso planeta, não durará mais de 4 mil milhões de anos. Ficará sem vida como a Lua, todas as formas de vida estarão extintas, mesmo as mais elementares e resistentes bactérias, apenas silêncio e frio, as cores já terão desaparecido todas com excepção da cor das rochas envelhecidas, mas mesmo que isto não acontece-se, um pouco à frente, com a impulsão do Sol tudo será engolido num braseiro.
Todos os nossos sonhos, ilusões, desejos, amor, ódio, conflitos, guerras, disputas mesquinhas ou grandes realizações já não existirão há muito no vazio do espaço. Tudo o que vivemos foi na maior solidão porque não existem testemunhas nas estrelas.
É desolador, triste, mas é assim.
Somos constituídos por milhões de átomos, da cabeça aos pés. Quando as nossa funções vitais cessam (decomposição) os átomos migram para outras aventuras pela nossa galáxia.
O nosso relógio biológico dá-nos menos de uma centena de anos para vivermos, mas os átomos que nos compõem são eternos: apenas fazem uma permanência curtissima dentro de nós.
A eternidade não é para nós.
Não adianta preocupar-nos com o que acontece depois da morte: os átomos já migraram. Não existe mistério da vida nem mistério da morte, somos nós que os inventámos.
Para que a angustia do nada não nos conduza ao desespero, inventamos fugas: o culto dos mortos, a vida álem tumulo, a eternidade da alma, mundos espirituais paralelos, etc.: tudo provocado pelo medo do vazio, do nada, e para complicar tudo isto ainda aspiramos à perfeição, outra fantasia da nossa imaginação.
A efemeridade e a fragilidade da nossa condição gera o oposto, múltiplas formas de aspirar à eternidade, uma confusão de mitos.
Somos apenas o resultado de um encontro fortuito de átomos, que com a morte regressam à poeira sideral das estrelas para outras combinações entre si. Nem tudo está perdido, mesmo efémeros acrescentamos, temporariamente, ao universo elementos que não existiam antes de nós. Fazemos construções colectivas, as sociedades e suas civilizações, que podem durar alguns milhares de anos antes de sucumbirem e desaparecerem para sempre e desapareceram tantas, é o que fica da nossa passagem colectiva pela Terra.
Remetidos para um beco sem saída, podemos criar um sentido para a vida sem sentido: deixar aos que nos sucedem algo mais do que recebemos, daqueles que nos precederam.
Poderá ser altruísmo mas melhorar a condição efemera da Humanidade, dar mais do que recebemos é igualmente a essência da solidariedade e do amor.
Sou um D. Quixote errante mas foi este o sentido das minhas lutas contra os moinhos de vento que me derrotaram: foi pouco mas foi o meu contributo possível
Quanto pensamos na nossa eternidade – para a frente não para trás, meia eternidade – não pensamos em qualquer noção de tempo: mil anos, um milhão de anos o que são?
A eternidade tem vida muito curta no planeta Terra: somos uma conjugação única de átomos que se desligam em tempo breve e desaparecemos para sempre. A partir de hoje, o nosso planeta, não durará mais de 4 mil milhões de anos. Ficará sem vida como a Lua, todas as formas de vida estarão extintas, mesmo as mais elementares e resistentes bactérias, apenas silêncio e frio, as cores já terão desaparecido todas com excepção da cor das rochas envelhecidas, mas mesmo que isto não acontece-se, um pouco à frente, com a impulsão do Sol tudo será engolido num braseiro.
Todos os nossos sonhos, ilusões, desejos, amor, ódio, conflitos, guerras, disputas mesquinhas ou grandes realizações já não existirão há muito no vazio do espaço. Tudo o que vivemos foi na maior solidão porque não existem testemunhas nas estrelas.
É desolador, triste, mas é assim.
Para que a angustia do nada não nos conduza ao desespero, inventamos fugas: o culto dos mortos, a vida álem tumulo, a eternidade da alma, mundos espirituais paralelos, etc.: tudo provocado pelo medo do vazio, do nada, e para complicar tudo isto ainda aspiramos à perfeição, outra fantasia da nossa imaginação.
A efemeridade e a fragilidade da nossa condição gera o oposto, múltiplas formas de aspirar à eternidade, uma confusão de mitos.
Somos apenas o resultado de um encontro fortuito de átomos, que com a morte regressam à poeira sideral das estrelas para outras combinações entre si. Nem tudo está perdido, mesmo efémeros acrescentamos, temporariamente, ao universo elementos que não existiam antes de nós. Fazemos construções colectivas, as sociedades e suas civilizações, que podem durar alguns milhares de anos antes de sucumbirem e desaparecerem para sempre, é o que fica da nossa passagem colectiva pela Terra.
Remetidos para um beco sem saída, podemos criar um sentido para a vida sem sentido: deixar aos que nos sucedem algo mais do que recebemos, daqueles que nos precederam.
Poderá ser altruísmo mas melhorar a condição efemera da Humanidade, dar mais do que recebemos é igualmente a essência da solidariedade e do amor.
Sou um D. Quixote errante mas foi este o sentido das minhas lutas contra os moinhos de vento que me derrotaram: foi pouco mas foi o meu contributo possível.
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